Opinião pública sobre a comunicação da COVID-19 durante a pandemia
Resultados da segunda vaga

04.02.2021

 

As questões colocadas neste estudo de investigação à população, tiveram como objetivo perceber quais as fontes de informação que os Portugueses mais usaram para se informarem sobre a COVID-19 e que confiança depositam nelas, quais as suas atitudes e perceções de risco da doença COVID-19, e níveis de confiança na ciência e cientistas para resolver a crise pandémica.

 

Este estudo foi conduzido como parte do projeto de investigação OPEN - Envolvimento do Público em Ciência e Tecnologia por Organizações Académicas (PTDC/COM-OUT/30022/2017), financiado pela FCT e coordenado pela Investigadora do CIES-Iscte, Marta Entradas.

 

Os dados foram recolhidos em duas fases: a primeira, durante o primeiro mês da pandemia, de 29 Abril a 12 de Maio 2020, e a segunda vaga de recolha de dados teve lugar oito meses após o início da pandemia, de 17 de Novembro a 19 de Dezembro de 2020.

Em ambas a fases, o país encontrava-se em ‘Estado de Emergência’, sendo que durante a primeira fase o país se encontrava em lockdown total, e na segunda, medidas restritivas em vigor restringiam a movimentação e o funcionamento de alguns sectores (restauração, etc.). Os dados apresentados referem-se assim às opiniões dos portugueses durante a segunda recolha de dados, comparados com a vaga anterior (1ª vaga versus 2ª vaga).

 


 

→ Conheça os resultados completos aqui.

 

 

Fontes de informação sobre a pandemia

"De um modo geral, os portugueses mantêm elevado interesse na pandemia. Nota-se, talvez, algum cansaço ou sobre-exposição face à temática. (...) As fontes de informação primárias continuam a ser a Televisão e a Rádio"

 

Confiança na informação

"À semelhança da primeira vaga, as fontes de informação consideradas mais fidedignas pelos inquiridos continuam a ser os médicos e profissionais de saúde (95% dos inquiridos a indicarem alguma ou muita confiança, versus 97% na vaga anterior), assim como cientistas e investigadores (92%, versus 93% na vaga anterior), mas a confiança depositada pelos portugueses na informação diminuiu ligeiramente entre quase todas essas fontes."

 

Tom da informação/alarmismo

"Em termos de alarmismo, todas as fontes consideradas em estudo são referidas como tendencialmente alarmistas."

 

Perceções de risco

"No geral, a maioria dos Portugueses continua a considerar a pandemia como uma ameaça preocupante, mas que é possível tomar medidas para prevenir o contágio. No entanto, é de notar uma diminuição nas perceções de risco do novo coronavírus."

 

Estado de emergência, confinamento e restrições

"A larga maioria dos inquiridos (94%) concorda com a aplicação deste estado de emergência, contudo a opinião difere relativamente à severidade das medidas implementadas"

 

Comportamentos adotados

"Em termos de adoção de comportamentos para prevenir a disseminação do vírus à semelhança da primeira vaga, estes continuam a ser adotados pela grande maioria dos portugueses." 

 

Nível de confiança na ciência

"Nesta segunda vaga, semelhante ao início da pandemia, a confiança dos portugueses na ciência mantém-se bastante elevada com 88% dos inquiridos a concordar que a ciência irá resolver este problema (versus 87% na primeira vaga) e 52% a referirem valorizar hoje mais a ciência do que antes da pandemia (versus 54% na primeira vaga)." 

 

Recetividade à vacina

"Nesta segunda recolha de dados, e tendo em conta os avanços no desenvolvimento da vacina, os inquiridos foram questionados relativamente à sua recetividade face à mesma. As respostas indicam que 64% considera provável ou muito provável vir a tomar a vacina, caso esta fique disponível nos próximos 6 meses, 16% dizem ser improvável, e 12% muito improvável tomar a vacina."

 


 

 

Marta Entradas e João Santos

Iscte - Instituto Universitário de Lisboa

Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-Iscte)